quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Mestres de Equitação (2)- Frederico Caprilli


A revolução industrial ocasionou também uma verdadeira revolução na utilização do cavalo pelo homem. A máquina passou a substituir com vantagens os cavalos em muitos dos seus serviços. Todos estes acontecimentos históricos ocasionaram alterações profundas no relacionamento do homem com o cavalo, mas surgiram novas vocações para o animal amigo e inseparável, que vieram não apenas a consolidar a sua importância dominante enquanto animal domestico, mas a reforçar a sua criação.
Se o cavalo ia sendo dispensado em muitos serviços como o dos transportes de pessoas e mercadorias e na comunicação, no início do século XX, ainda mantinha uma importância militar significativa. Basta dizer que no âmbito da primeira guerra mundial (1914-18) a participação da cavalaria ainda foi significativa e onde se registaram cerca de 50.000 animais mortos. Mas foi na competição que o homem encontrou uma nova motivação para a utilização do cavalo. Tudo começa no espírito competitivo britânico através das Corridas de Cavalos e das Provas de Obstáculos decorrentes dos hábitos das caçadas. As Escolas Militares de todo o mundo ocidental adoptaram o desporto hípico como a melhor forma de preparar cavalos e cavaleiros. A criação de cavalos começa a adaptar-se para estas novas actividades e em Inglaterra já se fixara uma raça com as máximas aptidões galopadoras, mas que iria ser também a base mais consistente para a produção dos cavalos de desporto. Era o Puro Sangue Inglês.
Esta nova forma de utilização do cavalo provocou também uma profunda revolução na Equitação, procurando as melhores performances.
É no final do século XIX e início do século XX que passa a ser divulgada a nova forma de montar através do Capitão Frederico Caprilli. A nova monte de Caprilli alterava profundamente o equilíbrio do cavaleiro e permitia ao cavalo o uso de todo o seu físico para as exigências do salto de obstáculos. Era a monte em suspensão, em que o cavaleiro permitia sobre o obstáculo não apenas não interferir com o seu peso no movimento do salto, mas também o uso imprescindível do pescoço e do movimento acentuado de balanceiro. Caprilli era um rigoroso cavaleiro que beneficiara da instrução de elevada qualidade da Academia de Pinerolo ( Itália ) e estudou e aperfeiçoou todos as indispensáveis atitudes do cavaleiro perante os diversos exercícios da instrução militar da sua época e concluiu que a necessidade de estar a cavalo garantindo sempre o equilíbrio dinâmico de um cavalo só seria possível através da monte em suspensão.
Utilizava as mais diversas formas, algumas até bizarras para divulgar a sua monte, tal como mostramos na foto, em que salta um automóvel. Mas Caprilli foi um grande campeão e foi ganhando nos Concursos mais importantes da Europa que ele conseguiu provar a sua nova técnica. Foi inclusivamente, recordista mundial do salto em altura.
É ao grande Mestre Frederico Caprilli que a equitação desportiva moderna deve a evolução enorme do princípio do século vinte. Desta evolução resultou uma incrível promoção da criação cavalar. Todas as Escolas do Mundo adoptaram a monte de Caprilli e a escola italiana continuou a beneficiar de toda a sua experiência e conhecimentos profundos que levaram às suas glórias internacionais dos anos 50 e 60.
A Academia de Saumur adoptou de imediato a monte de Caprilli e fez deste extraordinário cavaleiro seu Mestre Honorário. O coronel Danloux, que foi «ecuyer chefe» desta Academia de 1929 a 1933, estudou e aperfeiçoou a monte de Caprilli e os franceses não deixaram que este facto passasse despercebido e passaram a chamar às suas adaptações a «monte de Danloux».
Em Portugal a escola militar adoptou de imediato a monte de Caprilli, que passou a ser o seu Mestre de referência. Este facto deu origem a uma evolução enorme da equitação desportiva nacional com resultados ao nível internacional de enorme valor. Mas disso falaremos depois.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

As Academias Napolitanas - Equitação Barroca


Federico Grisone estudou atentamente os tratados de Xenophonte e abriu em 1532, em Nápoles, uma Escola onde ensinava aos filhos de aristocratas, as boas maneiras, a arte de montar a cavalo e do seu ensino . Esta sua academia teve muito êxito e a fina flor da aristocracia europeia, veio até ela para se formar . O corolário da sua carreira de êxito, foi a publicação de seu tratado “Ordini di calvacari”, acolhido com entusiasmo parcialmente imerecido, pois ele transcreve na integra o que tinha escrito Xenophon .
As alterações aos métodos de Xenofhonte, são ao nível das brutalidades que infligia aos seus cavalos, contrariando o grego seu inspirador . Mesmo assim, sua escola teve uma influencia decisiva na difusão da Arte Equestre, que tinha sido esquecida durante séculos .
César Fiashi ,o primeiro a colocar os cavalos em «ares de Escola» a quem se atribui a invenção da “Capriola e da Passage” e foi o Instrutor de Grisone, sendo portanto o primeiro Mestre da Escola Napolitana Renascentista e o verdadeiro iniciador da Equitação Barroca.
Pignatelli foi discípulo de Grisone, mas abriu posteriormente a sua própria Academia.
Ao invés de Grisone, Jean Baptista Pignatelli já assumia uma boa parte da nova mentalidade renascentista ou barroca, que procurava a expressão artística no domínio e no ensino do cavalo.
Com ele abandona-se uma boa parte da violência e brutalidade de Grisone e é com ele que as Academias Napolitanas atingem o verdadeiro prestigio e passam a ser frequentadas por todos os jovens fidalgos da Europa.
Estas Academias que privilegiavam a Equitação, passaram a ser verdadeiros Colégios onde os mais prestigiados fidalgos das Casas de toda a Europa passaram a ir fazer a sua formação. Eram estabelecimentos de ensino completo onde a disciplina da Equitação era a mais importante e preponderante.
Pignatelli na sua Academia foi instrutor de Antoine Pluvinel e de Salomon de la Broue , que foram os grandes divulgadores da Equitação Napolitana renascentista e os verdadeiros iniciadores da Equitação Clássica .
Salomon de la Broue, não deixou nenhum tratado de equitação, mas foi Chefe da Ecurie Royal de Henrique III de França e o proprio François de la Gueriniere atribui a ele a paternidade da Equitação Barroca e o principio da boa equitação « Mão doce, suave e firme »
Antoine de Pluvinel, que foi Instrutor do rei Louis XIII, é o fundador da primeira Academia Francesa em 1594, que foi o primeiro embrião da Academia de Versailles.
Pluvinel deixou um Tratado de Equitação que é dos mais importantes da Equitação Clássica “ L’Instrution du Roy en l’Exercice de Monter à Cheval “. Foi o primeiro grande Mestre a definir a «Impusão como base do ensino do cavalo».

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Cavalos Célebres nº 1


Os Heróis das Alturas

Nas Olimpíadas de 1900 em Paris a prova de Salto em altura marcou o primeiro recorde mundial, em 1,85 metros .
Dois anos mais tarde num encontro Internacional de Turin, o revolucionário Capitão Caprilli (um dos maiores Mestres de Equitação de sempre), saltou 2,08 metros .
As tentativas de bater este recorde, sucederam-se e o recorde foi por diversas vezes batido .
Em 1906 o Capitão Crousse salta 2,35 metros.
Em 1912 René Richard montando “Vittel” passa os 2,36 metros
Os 2,38 metros são ultrapassados pelo Tenente Christian de Castries, montando “Vol-au-Vent”
Em 1938 o italiano António Gutierrez montando “Osoppo” salta 2,44 metros.
Em 5 de febrero de 1949 o Capitán Alberto Larraguibel Morales, montado "Huaso", superou os 2,47 metros. É ainda hoje o Recorde do Mundo de altura . A foto apresentada é deste salto.

Mas… houve quem saltasse mais alto

O americano Fred Wettach Junior, convidou 12 pessoas para assistir à sua tentativa de bater o recorde do mundo, que pertencia ao Capitão chileno, Alberto Morales.

Montando o cavalo “King’s Own”, depois de dois saltos anteriores, a ultima vara foi colocada a uma altura estratégica. 8 ft e 3 ½ inches, que em valores métricos corresponde a 2,4875 metros de altura .

“ King’s Own “ passou claro aquele enorme vertical

Os presentes entusiasmados estavam convictos que tinham assistido ao vivo ao salto que era o novo recorde mundial.

Este salto porém, nunca foi homologado pela Federação Internacional

O salto não estava de acordo com as regras estabelecidas

E…a altura do próximo recorde, terá de ser pelo menos 2,49 metros.

1º Tratado de Hipologia - D. Duarte Rei de Portugal




É no século VII, que a sela de arção chega à Europa. Os cavalos passam a ser utilizado generalizadamente na guerra como arma de choque. Os cavaleiros guerreiros armados de lanças apenas pretendiam cavalos fortes e robustos que avançassem a direito, resistentes às longas viagens. Não havia necessidade de grandes evoluções na equitação.
Os povos invasores da Europa e em particular os Árabes utilizavam cavalos mais ligeiros e guerreavam com espadas ou lanças ligeiras, rodopiando e circulando nos confrontos directos. Tiravam assim fortes vantagens.
Na Idade Média já se caçava a cavalo e generalizaram-se os torneios como forma de treino guerreiro dos nobres. Na Península Ibérica começa então o costume de simular em recinto fechado essas caçadas a animais ferozes. Utilizava-se o Javali e o Toiro, que por ser o mais feroz e impressionante, era o que representava para aqueles que o enfrentavam um maior reconhecimento de coragem e valor. Foi o princípio da tauromaquia.
Na Baixa Idade Média, na Península Ibérica intensificaram-se estas lutas entre cavaleiros e toiros. D. Duarte filho primogénito do Rei de Portugal era um temível lançeador de toiros e percebeu que esta actividade era de tal forma exigente que poderia ser fundamental para a formação dos nobres guerreiros e por consequência para a defesa da pátria e para a expansão territorial. Escreve o primeiro Tratado de Hipologia da época moderna, muito antes de na Europa ser conhecido Xenofon.
D. Duarte reconhece as desvantagens guerreiras da «Equitação à Brida», que utilizava cavalos poderosos e pouco ligeiros, estribos compridos e cavaleiros muito sentados, relativamente à «Equitação à Gineta», que utilizava estribos mais curtos, que permitia a suspensão do cavaleiro e utilizando cavalos bem mais ligeiros e manejáveis.
Alterar a mentalidade na escolha, maneio e selecção dos cavalos é um dos objectivos essenciais da sua obra. Utilizar a caça, o lanceamento de toiros e outros jogos equestres, era uma exigência na procura de outra forma de montar e de ensinar cavalos. Era também uma boa forma de exigir o treino necessário e indispensável e de seleccionar os mais corajosos e hábeis para os combates.
A obra de D. Duarte I revela assim, grande preocupação na mudança de mentalidade no uso do cavalo e na educação do cavaleiro; consciência das vantagens para a segurança do reino da aprendizagem das novas técnicas e da absorção de uma nova mentalidade; a escolha do cavalo ideal como forma de evoluir na criação; antecipação de visão e de métodos relativamente a toda a Europa.
«O Livro de Ensinança de Bem Cavalgar» foi publicado em Portugal em 1434. Não foi divulgado na Europa, provavelmente distribuído apenas entre os fidalgos portugueses, que o consideravam como que «segredo de Estado».
É apenas conhecido na Europa a partir de 1884, altura em que a Biblioteca Real de Paris adquire o Livro do rei português. Esse é hoje o único exemplar original conhecido e está actualmente na Biblioteca François Mitterand de Paris. A partir de então D. Duarte I passa a ser reconhecido como uma personagem fascinante, vanguardista e com qualidades de equitador extraordinárias para a sua época.

"E ssomariamente de homem a que convém teer boas bestas , e as saber bem cavalgar, se sseguem estas sete vantagens: A primeira, seer mais prestes pera servir seu senhor, e acudir a muytas cousas que lhe acontecer poderóm de sua honra e proveito. A segunda, andar folgado. A terceira, honrado. A quarta, guardado. A quinta, ser temydo. A sexta, ledo. A ssétima, acrecenta mayor e melhor coração."

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Mestres de Equitação ( 1º )


O Primeiro dos Grandes Mestres da Arte Equestre


XENOFON, que viveu de 430 a 354 antes de Cristo, é considerado como o fundador do ensino do cavalo e do cavaleiro, ou seja o fundador da Hipologia. Os seus dois escritos «Peri HippiKês» (Arte Equestre) e «Hipparkhikos», são ainda nos nossos dias referências de invulgar valor.
Nos seus tratados, Xenofonte oferece-nos um profundo conhecimento do cavalo, quer em termos morfológicos e funcionais, quer psicológicos. O seu conhecimento foi inspirado por Simon de Atenas, cujos ensinamentos não chegaram até nós, mas que é referênciado nas obras citadas.
Sabemos por exemplo que a «Levada», uma dos mais belas figuras da Alta Escola, era conhecida dos Gregos, tal como o «Piaffer» e a «Passage», que figuram nos baixos-relevos de Fídias sobre o Partenon.
A Alta Escola era certamente uma arte aperfeiçoada pela civilização grega e, com a decadência desta civilização, também a arte equestre deixou de ser praticada.
Os Romanos não se distinguiram no aperfeiçoamento da Equitação e os outros povos invasores da península grega destruíram quase por completo os vestígios da Arte Equestre praticada.
Esta é a razão, pela qual estas obras de Xenofonte, só passaram a ser conhecidas e só foram divulgadas a partir do século XVI.
Isso não significa que não tenha havido uma progressiva generalização da utilização do cavalo e que não tenha havido muitos cavaleiros ocupados na Hipologia. Significa apenas que na Idade Média a mentalidade era muito rígida e que o cavalo era entendido como apenas uma «besta» que deveria prestar serviços. Significa que as técnicas guerreiras não exigiam grandes perícias equestres, mas sim cavalos pesados, submissos e calmos.
Foi em Portugal que tudo começou mais cedo, pela necessidade de apreensão das vantagens da mobilidade e ligeireza do cavalo árabe nas técnicas de batalha. Mas sobre o rei D. Duarte e o seu Tratado, que é o Primeiro da época moderna falaremos mais tarde.

História da Equitação e Arte Equestre (1º)


O Primeiro Tratado Equestre - Kikkuli


No princípio do Quaternário, a imagem do Cavalo aparece junto do Homem Neandertal na sua forma quase definitiva. A partir de então, a História da Humanidade está sempre associada à do Cavalo. O lugar ocupado pelos cavalos nos Livros Sagrados da Índia antiga é preponderante, o Deus Sol monta um cavalo branco, que se transforma em cavalo negro à noite.
Na China, trinta séculos antes de Jesus Cristo, o cavalo é conhecido e venerado.
Dezoito séculos antes de Cristo, um povo nómada vindo da Ásia, os Hyksos, invadiram a península arábica, penetraram no Egipto com os seus cavalos árabes.
No Egipto, quinze séculos antes de Cristo, o cavalo era utilizado, particularmente engatado, e é até provável que não haja nenhuma utilização do cavalo montado antes da época dos Ptolomeus ou seja, por volta do século IV antes de Jesus Cristo.
Ptolomeu Sôter (I), filho de Lagos, é o fundador da dinastia Macedónia dos Ptolomeus, ou Lagidas, que governou o Egipto até à conquista pelos Romanos. Os traços da época ptolemaica, encontram-se registados não somente em monumentos e documentos gregos, mas também em textos egípcios, em hieróglifos (escritura sagrada) ou em demóticos (escritura popular e simplificada). É nessa documentação única, os papiros, que já podemos apreciar o cavalo montado, mas ainda dominava o cavalo engatado.
Pelo contrário, a cavalaria já predominava nos exércitos Persas, seis séculos antes da nossa era. Os Partas montavam em pêlo e inclusivamente jogavam «pólo», como treino de exercício de guerra a cavalo.O freio aparece na Mesopotâmia desde o IVº milénio.
É no século V da nossa era, que os Bizantinos descobrem e usam, os elementos indispensáveis ao desenvolvimento da Equitação: a sela; os Estribos e os loros de cabedal; as Cabeçadas.
Nessa época, as importações eram massivas e os cavalos eram comprados aos Bárbaros do Norte, aos Árabes do Sul e aos Orientais. Vinham sobretudo da Arábia. O cavaleiro a partir de então, pode utilizar todos os recursos do cavalo, nas deslocações e viagens, na caça e nos combates. As técnicas equestres da antiguidade são pouco conhecidas.
A recente descoberta das «tábuas hititas» (1490 a.C.) oferecem-nos o conhecimento dos primeiros princípios duma Arte Equestre. É atribuída a sua autoria ao guerreiro Kikkuli, e tratam do treino progressivo dos cavalos utilizados na tracção dos carros de combate. Primeiro Tratado Equestre


Introdução



O cavalo é sem dúvida alguma, o animal mais próximo do Homem e aquele que mais serviços lhe prestou. A evolução da civilização humana está ligada intimamente a esta associação entre o ser inteligente e o cavalo, seu permanente servidor.

A utilização do cavalo pelo Homem deriva da sua necessidade de mobilidade. Rapidamente evoluiu como decisivo instrumento nas lutas entre os homens e a sua colaboração nas guerras foi condicionante, muito particular, nas vitórias e por consequência na constituição das Nações.
O cavalo foi também o mais importante instrumento de desenvolvimento, desde os primórdios da civilização até à invenção da máquina. O transporte de mercadorias e a capacidade de rapidamente chegar a informação, constituíram a mola essencial do desenvolvimento das sociedades até ao século vinte.
Como fonte de energia propulsora o cavalo foi particularmente importante nos trabalhos da Lavoura e dos Campos, sendo essencial ao nível dos incrementos da produtividade agrícola.

Na 1ª Guerra Mundial, de 1914 a 1918, a cavalaria ainda desempenhou um papel relevante e decisivo.

Foi a partir de aí, que a máquina substituiu definitivamente o animal amigo.

A utilização do cavalo pelo Homem diminuiu drasticamente, mas o Homem já lhe tinha dado outra vocação. O lazer, o desporto e o espectáculo.

Ao nível da sua utilização para o lazer humano, o cavalo manteve durante mais de uma década um carisma elitista, que só na transição para o século vinte um se passou a generalizar e a popularizar, de uma forma lenta mas consistente.

No desporto o sucesso do cavalo foi bombástico. As corridas de cavalos, inicialmente desporto aristocrático evoluíram rapidamente para uma sólida indústria internacional, associada à aposta mútua, que passou a ser um dos jogos preferidos do ser humano.
Mas também no desporto olímpico, desde 1900, que o cavalo associado ao homem integra as várias modalidades.

A popularidade das diversas disciplinas hípicas tem tido evoluções diferenciadas, sendo certo que sempre num crescendo quanto ao número de participantes, quanto ao número de provas e ainda quanto ao progressivo aumento de disciplinas de natureza desportiva. Inicialmente foram as provas de obstáculos, depois o Concurso Completo de Equitação e a Dressage (Ensino).
A estas chamamos as disciplinas Olímpicas, pois desde 1920 que as três disciplinas integram a maior concentração desportiva ao nível Mundial. Depois foram surgindo inúmeras disciplinas desportivas que incluem o cavalo montado ou atrelado.


Esta evolução não para de crescer, com o aparecimento da Doma Vaquera, da Equitação de Trabalho, do Reinnig, do Volteio, dos Raids, ou com o TREC. A utilização do cavalo populariza-se cada vez mais na sociedade moderna.

Esta é a melhor homenagem que o ser humano presta ao animal amigo e servidor.

A memória colectiva do Homem, manteve sempre a imagem do cavalo como um ser vivo associado à sua história. Assim, é natural que o cavalo tenha uma força atractiva muito particular. Os espectáculos com cavalos, induzem uma atractividade muito especial para o ser humano. No Circo, nas Corridas de Toiros, nas Festas Camperas de Acouço e Derriba, nas Feiras, nos Desfiles, o cavalo desempenha o papel principal e sempre muito apreciado.
Mas existem também verdadeiros museus da Arte Equestre. Museus onde se pode apreciar a história da utilização do cavalo e evolução das técnicas de equitação.
A Escola Espanhola de Viena, a Escola de Gerês de La Frontera, a Escola Portuguesa de Arte Equestre ou o Cadre Noir de Saumur, são exemplos destes museus vivos de grande qualidade.

A utilização do cavalo pelo homem, em particular a evolução das técnicas de equitação foram-se modificando, acompanhando a evolução das sociedades e também da mentalidade de cada momento histórico.


Conhecer um pouco desta evolução e conhecer os mais importantes protagonistas dessa evolução, é certamente uma ansiedade de todos os amantes do animal amigo.
Ter um pouco de cultura equestre certamente que constitui uma preciosa ajuda, para todos os que gostam de montar a cavalo.
Esta sistematização de alguma informação histórica é apenas um contributo para aqueles que a vida não facilita em tempo ou em oportunidade, a possibilidade de encontrar este conhecimento.

Homenagem ao Cavalo e aos Homens de Cavalos


Este espaço é uma Homenagem ao Cavalo. Esse servidor e acompanhante do Homem em toda a sua evolução.
Também uma Homenagem aos Homens de Cavalos do passado e do presente que com um sentimento de paixão procuram o seu serviço com racionalidade e com dedicação . Será também um espaço de procura de dialogo com outros que tenham esta paixão pelos cavalos e procuram no conhecimento e na informação formas úteis de utilizar o cavalo na sua máxima potencialidade. Será por último, um contributo pessoal para a melhoria do conhecimento histórico e técnico que permita uma equitação racional . Uma tentativa de abertura de pistas de informação que ajudem os Homens de cavalos, na sua relação de paixão.
O seu conteúdo, que iremos procurar ser de permanente actualização, será postado através de artigos que serão anunciados de acordo com a seguinte classificação :

1- O cavalo na História da Humanidade
2- Arte Equestre e Mestres de Equitação
3- Cavalos Célebres
4- Hipismo
5- Equitação Racional
6- Artigos de opinião